Na viagem que fizemos para a Puglia conhecemos nos arredores da cidade de Cisternino um "frantoio" ou seja, o lugar onde a oliva é prensada e onde se produz o óleo ou azeite de oliva extra virgem.
O azeite de oliva foi chamado por Homero de "ouro líquido". Não podemos esquecer que a Puglia foi Magna Grécia.
Pudemos provar uma qualidade de azeite conhecida por "lacrima". Esse óleo é recolhido logo após a primeira prensagem artesanal da oliva em um moinho de pedra. Da pasta constituída ainda por pedaços não tão triturados da azeitona emerge um tipo de nata que é um óleo que possui a maior quantidade de princípios ativos da oliva, a "lacrima". Dizem que essa nata é coletada com as mãos. É muito conhecido por suas qualidades terapêuticas e possui um sabor particular.
As oliveiras são uma presença constante e imponente na paisagem da Puglia, 8.5milhões de árvores acompanham os viajantes em todas as direções.
As formas retorcidas de seus troncos indicam sua idade. Quanto maior e mais retorcido o tronco, mais velha é a oliveira.
Contam que na antiga Grécia quem as cortasse era condenado à morte ou ao exílio.
A sua resistencia à condições climáticas muito adversas gerou a crença em sua imortalidade.
A oliveira era a árvore sagrada da deusa Atena e Atenas, capital da Grécia, recebeu seu nome dessa deusa.
Zeus havia decretado que a cidade devia ser oferecida ao Deus que oferecesse o presente mais útil para o povo. Poseidon deu-lhes o cavalo. Athena atingiu o solo descoberto com sua lança e causou o nascimento duma oliveira. A oliveira produzia alimentos,óleo e madeira. Atena sagrou-se vencedora e a cidade recebeu o nome de Atenas.
Os gregos acreditavam que a vitalidade da árvore sagrada era transmitida através desse ramo, por isso os vencedores das olimpíadas ganhavam uma coroa feita com as folhas dessa árvore.
A oliveira tem sido o símbolo da sabedoria e da paz.
Provar o "lacrima" diante da paisagem pugliese revestida por oliveiras seculares é uma experiência única, uma verdadeira iniciação.

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